sábado, 9 de junho de 2012

SANTA INOCÊNCIA


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Na noite de sexta-feira, dia 25/05/2012, mais uma vez fui assaltada no bairro onde moro. A primeira vez aconteceu em 2009, era bem tarde. Voltava do curso de aperfeiçoamento que ficava no Centro do Rio. Neste dia estava tão cansada que não desconfiei quando passaram por mim dois jovens, aparentando ter entre 16 e 19 anos de idade, numa moto. Eles deram a volta no quarteirão e me cercaram na outra esquina exclamando “perdeu, perdeu”. Ainda tentei dialogar falando que não tinha nada de valor, mas foi em vão. Perdi meu celular. Mas não registrei queixa.

Desta vez voltava do trabalho e os homens estavam em um carro vinho da marca Monza. Um deles armado me rendeu e mandou que passasse a bolsa. Mais uma vez tentei dialogar, porém novamente foi em vão. Levaram minha bolsa com todos os meus documentos, cartões, minha maquiagem e um celular velho.

Evidentemente, na mesma hora resolvi ir a delegacia registrar a ocorrência, pois pensava que quanto mais rápido prestarmos queixa, melhor para as autoridades em resolver o crime e prender os infratores. Ou então mandassem uma patrulha fazer ronda pelo local já que eu não sou a única vítima desses acontecimentos no bairro e quem sabe achassem aqueles delinquentes.

Santa inocência!!!!

Ao chegar à delegacia, o sistema para registrar a ocorrência estava fora do ar. Pelo menos foi o que disse o senhor presente no local cuja função era atender os cidadãos naquele horário. Fiquei indignada. Para aumentar minha revolta, o senhor que me atendeu, a única pessoa no estabelecimento, fez pouco caso do ocorrido e só faltou me expulsar do local quando reclamei do serviço de segurança prestado, dizendo "o que você quer que eu faça?" e falou para voltar pela manhã. Para completar sua incompetência, colocou uma madeira na porta, impedindo eu ou qualquer pessoa de entrar e foi dormir. Além disso, não havia nenhuma viatura na frente da delegacia.

Chegamos ao cúmulo do absurdo. Além de ser assaltada e roubada, não pude contar com um dos serviços mais importante do país. Apontando mais uma vez a grande precaridade de profissionais e recursos físicos em prol da segurança pública.

Enquanto investem-se milhões em Copa do Mundo, Olimpíadas, entre outros, setores essenciais do país estão cada vez mais precários. São maus profissionais (não estou incluindo todos), descaso e impunidade. A segurança pública vive um caos e nós continuamos apáticos. Nossa omissão é tudo que os politicos corruptos de nosso país mais querem. E, infelizmente, cumprimos nosso papel muito bem.

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