terça-feira, 3 de maio de 2011

Brasil atingiu, em 2010, menor patamar histórico de desigualdade de renda


  "O Brasil conseguiu atingir, nos anos 2000, o menor nível de desigualdade de renda da história. A conclusão é de uma pesquisa divulgada na manhã desta terça-feira pelo Centro de Polícias Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV)¹. O estudo toma como base o índice de Gini, que começou a ser calculado nos anos 60. Com esse resultado, segundo o professor e economista Marcelo Neri, o país conseguiu reverter todo o crescimento da desigualdade registrada nas décadas de 60, 70 e 80. “Se os anos 80 foram marcados pela redemocratização e os 90 pela estabilização da economia, a partir de 2000 vivemos um período em que se acentuou a redução da desigualdade”, afirmou Neri." (Veja reportagem na íntegra na Revista Veja)

   Antes de afirmar se isso é bom ou ruim é necessário analisar os dados para comprovar a veracidade das informações, não negando a confiabilidade do estudo da FGV, mas sabemos que as estatísticas do governo, geralmente, são direcionadas.  O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), nos estudos de 2010², também constatou que houve uma redução da pobreza. Ao contrário das experiências históricas do país, a causa é a queda da desigualdade e não o crescimento econômico.

   Fonte: IPEA² 

    Se olharmos atentamente para os dados desse estudo não há nada que comemorar e sim muito que fazer. O estudo do IPEA considerou como linha de pobreza e de extrema pobreza uma pessoa que vive com até R$ 175,15 e R$ 87,57, respectivamente. Aproximadamente, 69 milhões de pessoas no Brasil vivem com até de R$ 175,15. Como o país pode comemorar a existência de tantas pessoas vivendo com uma renda mensal dessas. É impossível uma pessoa viver com essa quantia, 90% desse valor pago pelo meu consumo mensal de energia. Imagine viver só com isso? Pessoas gastam mais em uma noite

   Se considerasse como linha da pobreza o salário-mínimo, imaginem quantos brasileiros pobres teríamos. A metodologia aplicada deve ser revista. Não podemos negar que em comparação a dados anteriores, houve melhora siginificativa. Mas os dados também apontam que ainda existem pessoas vivendo em situação de miséria. Não poucas, e sim milhões. E é muito mais grave do que pensamos. Muitas dessas pessoas não tem moradia, energia elétrica, vivem sem condição nenhuma de higiene. Pior passam fome.

  Infelizmente, os programas sociais do governo como bolsa família não chegam para todos os que realmente precisam. E ainda falta muito para que o Brasil consiga erradicar a pobreza conforme nossa presidente Dilma repetiu enfaticamente em seu discurso de posse do cargo.  Espero um dia vivenciar isto. Não podemos ser lembrados apenas pelo carnaval e futebol. Temos que ser lembrado pelos nossos atos. Devemos ser exemplo de superação. Eu sou brasileira e não desisto nunca.
Vamos Brasil, avance!!!!

¹Neri, M . Determinantes da queda na desigualdade de renda no Brasil: desigualdade de renda na década – FGV, disponível em http://www.fgv.br/cps/bd/DD/DD_Neri_Fgv_TextoFim3.pdf
² Barro, R. P. Determinantes da queda da desigualdade de renda no Brasil - Texto para discussão nº1460 – IPEA, disponível em http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/td_1460.pdf

2 comentários:

  1. Essa estatística realmente é lamentável, pois estão deixando de lado pessoas que merecem pelo menos ter o mínimo de dignidade ou seja um lugar decente para morar. Esse país vive de aparência, pois estão gastando horrores na reforma do maracanã para a copa e estão deixando o mais importante para trás: Os brasileiros, que valem mais do que a mera aparência mundial.

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  2. Como dizia Renato Russo " Que país é esse?" Eu respondo: Esse país é o pais da ostentação e aparência, não adianta esconder o lixo debaixo o tapete, pois todos sabem que ele está lá, de fato essa cena é um absurdo em comparação de inúmeros escândalos de políticos corruptos possuindo varias casas e apartamento sustentado pelo governo, a pergunta é: Por que não usam esse dinheiro para dar moradia aos necessitados?

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